Interpretando Ulisses, por Sergio Biscaldi
(...)
Anna não falava do que fazia, nem de como tinha sido seu dia. Restringia-se em comentar de suas begônias que nunca duravam mais que duas semanas, dos pelos do gato que a fazia perder os domingos varrendo a casa e dos familiares que nunca podiam visitar na Itália. Às vezes, com muita cautela, falavam de assuntos íntimos como o fato de nunca terem casado ou dos motivos que as faziam não querer homens por perto, com exceções das noites de calor e volúpia nos bailes da adolescência.
(...)
O que mais a chocava era que, por mais picantes que as histórias fossem ficando ao longo da noite, menos reais elas pareciam. Nenhuma delas tinha sido vivida realmente e, embora a irmã dissesse sentir os resultados nos olhares alheios, Anna tinha certeza de que isso podia ser ilusão de sua parte. De um modo ou de outro, as encenações de Alice começaram a causar-lhe inveja. Uma pitada de vontade de repetir esses atos compulsivamente, sair pela rua nua, encarnar o capeta.
(...)
(Trecho do conto "Ana", do livro NósVósElas, de Sabrina Sanfelice, Editora Patuá)
Anna não falava do que fazia, nem de como tinha sido seu dia. Restringia-se em comentar de suas begônias que nunca duravam mais que duas semanas, dos pelos do gato que a fazia perder os domingos varrendo a casa e dos familiares que nunca podiam visitar na Itália. Às vezes, com muita cautela, falavam de assuntos íntimos como o fato de nunca terem casado ou dos motivos que as faziam não querer homens por perto, com exceções das noites de calor e volúpia nos bailes da adolescência.
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O que mais a chocava era que, por mais picantes que as histórias fossem ficando ao longo da noite, menos reais elas pareciam. Nenhuma delas tinha sido vivida realmente e, embora a irmã dissesse sentir os resultados nos olhares alheios, Anna tinha certeza de que isso podia ser ilusão de sua parte. De um modo ou de outro, as encenações de Alice começaram a causar-lhe inveja. Uma pitada de vontade de repetir esses atos compulsivamente, sair pela rua nua, encarnar o capeta.
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(Trecho do conto "Ana", do livro NósVósElas, de Sabrina Sanfelice, Editora Patuá)
10 comentários:
quando você interpreta em palavras as ideias que lhe vêm à cabeça,faz nossa mente viajar nas histórias. nada melhor para marcar a sua volta. e que seja constante daqui pra frente.
Sazinhaaaaaaaaaaaaaa! PERFEITO, como sempre! =D
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Figurante
minha vida
é só uma ponta
ness trama
toda
torta
e nao-pronta
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Feliz em poder te ler de novo, mulher! =)
Apareça mais vezes! ;-)
=*
sabrina,
eu gosto dos seus escritos, só não entendo por quê você demora tanto para escrever aqui.
mas eu sei esperar.
bj
Olá Sabrina, quanto tempo.
Ambas se acertaram e Alice foi para o outro estremo da loucura enquanto Anna continuou na do cotidiano... Adoro Nina Simone ainda mais com gritinhos rsrs, ... É sempre bom te ler, escreve muito bem e sempre deixa deixas para a imaginação. Sem querer pressionar espero que não demore muito para continuar ou começar outra historia.
Bjs
ns
Ciao Sabrina feliz Natal
Maurizio
Cobrando de novo!
E felizanunovo! =)
Adoro vc!
=*
Sazinhaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!!
UM
NOVO
ANO
FELIZ
PRA VC, linda! ;)
=*
De passagem por aqui, pra reler-te. =)
Saudades, muié!
=*
A dois dias atrás sentado em um bar na rua augusta com uma pessoa muito especial, comentamos sobre as pessoas maravilhosas que passaram pelas nossas vidas, e eis que seu nome foi citado. Já faz um bom tempo que não nos falamos, me lembro que na última vez, falamos sobre maternidade e psicologia...De lá para cá, apenas o silêncio e muitas lembranças boas....De analândia ao IDch em segundos...Espero que ainda tenhas aquela caixa com pequenos fragmentos meus, pedaços de mim....Iris Murdoch, Frida Kahlo e todos aqueles personagens que fizeram as nossas confusões e nossos extases...!!
Sinto sua falta, sinto falta de todas aquelas conversas que nunca tivemos e de todos os sorrisos que nunca compartilhamos.....!!
Beijo-te saudosamente.
Fabio.
fmunhoz71@gmail.com
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