"Luna caida", por Sabrina Sanfelice, Recoleta, Buenos Aires, 2009.
Tem um
monte de dor
Que vaga
sóbria
Cobre o
ser de luz
Para que,
sozinho, chore
E cada
segundo do pranto
Faz do
sofrimento um tudo
Um pouco
de amargo
E muito
de santo
O gosto
que desce as amígdalas
Alimenta
a alma
Pouco a
pouco
Deixo-o
intrínseco
Na ânsia,
quanto mais dói
Mais
clama, mais chama
Mais rima
a trama
Do poeta
triste
E ele vê,
claramente
Que de
genuíno o peso da vida
É como
chumbo
Leve como
pena
A pena do
moribundo
Daquele
que chora
Enquanto
as palavras saem
Soluçantes,
pingo a pingo do tinteiro
O papel é
aquele que se entrega
Em
branco, sem vida
Grita
aflito pelas horas
Em que
cada sílaba o corrói
E a dor
que antes sóbria
Agora
bebe tudo
Afoga em
mágoa o bobo
Embebeda de
glamour o escrever
E o homem, o que
precisa delas
Uma a uma
Todas, no
feminino
Dor
e palavras a seu bel prazer
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