quarta-feira, 11 de março de 2009

Cara ou Coroa (Emília)

Siamesas, por Sabrina Sanfelice (auto-retrato)


(...)

Quando nasceu, sua mãe demorou dois dias para dar-lhe um nome. Ficou entre Caterina e Giulia, mas escolheu Emília porque, na dúvida, fechou os olhos e pensou: “o primeiro deles que vier em minha mente será o nome de minha filha”. Como na TV de seu quarto passava o Sítio do Pica-Pau Amarelo, teve, por (auto)honra, que colocar o nome da menina de Emília quando ouviu Narizinho gritando para a boneca de pano e o nome que veio a mente não conseguiu ser nenhum dos outros dois.

(...)


(Trecho do conto "Emília", do livro NósVósElas, de Sabrina Sanfelice, Editora Patuá)

13 comentários:

Anônimo disse...

É crível (e não incrível - pois te conheço) como a sua mente genial consegue imaginar situações como esta, construindo personagens tão bem trabalhados como Emília e seu transtorno obsessivo compulsivo. Pobre Hasard. Fez a moça enxergar um novo mundo à sua volta e se autoexcluiu.
Seus contos andam, cada vez mais, aumentando as "imagens mentais". Este, por exemplo, daria um ótimo curta. Vamos falar com o Marcão?
Não responda agora. Feche os olhos e rodopie, rodopie, rodopie...

Alessandra Castro disse...

Fikei com o coração partido pelo texto. Ando sensivel.

Leo Mandoki, Jr. disse...

a confiança é o díanmo do amor (e não a paixão como habitualmente pensamos ser). Hasard cortou o mal pela raíz. E ela própria ao espiar violou a sua essência trazida desde criança.
Gostei!
...
e curiosamente a minha última história tbm fala de uma mulher que desde a infância tem o habito de estar de olhos fechados e construir um mundo a partir das suas vontades oníricas. a minha Marta e a sua Emília seriam uma espécie de cara e coroa.
beijos

Adriana Riess Karnal disse...

Gostei da estória,bem descrita a personagem o texto tem coesão...dá livro!

Anônimo disse...

Muito bom show o texto, e claro agradeço de coração por ter sido o primeiro a ter a experiência! Mas a semelhança do texto com certeza pessoas que conheço é o maissss gostoso!! Beijo.

Renata (impermeável a) disse...

Tem uma personagem do G. Marquez, Firmina Daza, eu adoro! Sempre recordo dela porque sempre coloca a culpa em "alguma coisa" para tudo que acontece...
Agora vc me apresenta a Emilia...
As duas, conversando, seria engraçado...
ssrsr

Adorei o texto!
Delicioso de ler!

Noslen ed azuos disse...

É sempre uma delicia suas histórias e nesta cheia de ditados; a personalidade dada aos seus imaginários têm um poder literário comum dos melhores escritores, ...he he e o nome Hasard não poderia ser melhor.

Bjs
ns

J.F. de Souza disse...

Sazinhaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!! =D

Mas esse escrito é muito bom!!! Mesmo eu já podendo imaginar o final, me surpreendi. Me surpreendi com o que pude sentir ao ler tudo isso!

"Como reverter isso tudo sem deixar que as pessoas pensassem que desistiu?" Como mudar sem perder a escência? Sim, é possível, mudar sem perder a escência. Mas é impossível mudar sem tirar as coisas do lugar...

=*, linda!

Ah! Tô tentando voltar à ativa co EscúchamePorra! Passa lá! ;-)

fui disse...

Sabrina,

retorno e logo me deparo com mais uma de suas pérolas contadas. Sempre é bom poder ler vc.

A propósito, estou com um blog novo. Tive problemas com o anterior. Passa aí!

Abraço.

Anônimo disse...

Cam tu sii ma blogg. Meibi iull laik it

Fernanda Magalhães disse...

Sa, vc é incrivel! Todos temos um pouco da Emilia de sua essência compulsiva...Muito bom te ler, muito mesmo. Obrigada!


A proposito..Adoro tuas visitas.

Bjos de luz!

J.F. de Souza disse...

Sazinha! Saiba que o EscúchamePorra sentia a tua falta! (E eu também!) Fico sempre feliz qdo vc aparece por lá! =)

=*

vagner mun disse...

acaso... como gosto desse tema! hoje entrei na internet pra deixar um comentário em seu blog: pra dizer que usei seu conto numa aula em que falo sobre o papel do acaso - e do "acaso planejado" - na criação (turma de design). eis que vejo que você deixou um comentário em meu blog! uns diriam que "nada acontece por acaso", outros (eu dentre eles) se encantariam com as possibilidades dadas pelo fortuito.
o acaso me encanta; seus contos me encantam.
bom dia, capitã!
um beijo.
vagner